No coração do Aracati, terra de cultura vibrante e belezas naturais, encontramos uma mulher que transformou desafios em oportunidades e, com suas mãos habilidosas, teceu não apenas peças artesanais, mas também uma trajetória de resistência e empreendedorismo. Márcia Maria Rodrigues de Freitas, 56 anos, licenciada em História pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), é a prova viva de que reinvenção e coletividade podem mover montanhas – ou, no seu caso, construir pontes para uma economia mais justa.
Do Desemprego ao Artesanato: a Necessidade que Virou Missão
A história de Márcia como empreendedora começou por uma razão que muitos brasileiros conhecem bem: a necessidade. Com dificuldades para retornar ao mercado de trabalho formal e os boletos chegando sem piedade, ela encontrou no artesanato não apenas uma forma de sustento, mas um caminho de autonomia.
Por anos, suas criações foram sua única fonte de renda. E, como ela mesma ressalta, o artesanato ainda é visto por muitos como um trabalho precário, sem garantias de proteção social ou condições dignas. No entanto, é também uma das principais alternativas para milhares de brasileiros que, assim como ela, precisam colocar comida na mesa e manter a dignidade.
Os Desafios do Artesão-Empreendedor
Se engana quem pensa que viver do artesanato é apenas criar peças bonitas. Márcia enfrenta diariamente obstáculos que vão desde a logística complicada até a gestão financeira, passando pela dificuldade em encontrar fornecedores confiáveis e manutenção adequada de equipamentos. Mas o que mais a preocupa? O acesso ao mercado consumidor. Levar seu produto até o cliente final ainda é um desafio enorme, especialmente para quem não conta com estrutura de grandes negócios. Mesmo assim, ela persistiu – e sua persistência foi recompensada.
Reconhecimento e Luta pela Economia Solidária
Em Aracati, cidade turística destaque na Rota das Falésias, ela associa o artesanato ao turismo, por ser esse o principal público consumidor de seu produto. Márcia não apenas sobreviveu como artesã, mas tornou-se uma referência no movimento de Economia Solidária. Seu empreendimento já foi reconhecido nacionalmente, e ela coleciona conquistas importantes: Prêmio de Boas Práticas da Ecosol, concedido pelo BNDES e Prêmio da Rede Asta, que valoriza o trabalho de artesãos e pequenos produtores.
Hoje, sua atuação vai além do artesanato. Márcia milita ativamente pelo movimento de Economia Solidária, com foco nos trabalhadores em domicílio. Ela trabalha para divulgar e implantar a Recomendação 204 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), uma ferramenta essencial na luta pela transição da economia informal para a formal.
Empreendedorismo é Protagonismo, mas Não é Solidão
Para Márcia, empreender é “tomar para si a responsabilidade de fazer a roda girar”. É não esperar por oportunidades, mas criá-las. No entanto, ela faz questão de destacar que empreendedorismo não precisa ser um caminho solitário. “Pode-se realizar muito mais quando se pertence a uma rede, onde cada conquista, por menor que pareça, é fruto do trabalho coletivo”, afirma. E é essa filosofia que guia sua trajetória: unir forças, compartilhar vitórias e transformar realidades.
Inspiração para Quem Quer Começar
A história de Márcia Ribeiro é um convite para enxergarmos o empreendedorismo além do lucro. É sobre resistência, comunidade e a certeza de que, mesmo em meio às dificuldades, é possível construir algo significativo.
Se você é um artesão, um pequeno empreendedor ou alguém que está começando, lembre-se: sua jornada pode começar com uma necessidade, mas pode terminar – ou melhor, continuar – como uma grande transformação.
E você, já conhecia o trabalho de Márcia ou de outros artesãos que movimentam a economia solidária no Ceará? Conte pra gente nos comentários!
Este artigo faz parte da série “Empreendedores do Ceará”, do Blog EmpreendeTur, no Portal Rotas do Ceará. Conheça outras histórias inspiradoras e descubra como o turismo e o empreendedorismo andam juntos no nosso estado!
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